O artigo tem por objetivo refletir sobre as potencialidades críticas e heurísticas da pesquisa sociológica sobre o dispositivo carcerário paulista, levada a cabo através do engajamento dos pesquisadores em coletivos e atividades da Pastoral Carcerária. As dimensões astronômicas do sistema carcerário paulista; sua notável centralidade nos mecanismos de gestão do conflito que garantem a (re)produção da cidade contemporânea; bem como as várias dificuldades impostas pela administração penitenciária local ao escrutínio público do ambiente carcerário em geral, e à prática da pesquisa científica em particular, são as principais justificativas para esta reflexão. No decorrer do texto, os sentidos práticos e analíticos da atuação de diferentes pesquisadores/agentes pastorais são expostos e discutidos através de uma metáfora geológica, indagando sobre as características e limites da atuação e do conhecimento que se desdobram nos subterrâneos, na superfície e no cume do sistema carcerário.