Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 8 (2021): Revista de Estudos Empíricos em Direito

Engajamento e recusa etnográfica: reflexões a partir de dois contextos de pesquisa empírica em direito

DOI
https://doi.org/10.19092/reed.v8i.549
Enviado
agosto 31, 2020
Publicado
2021-04-17

Resumo

Este artigo propõe um diálogo entre pesquisadores que se inquietam em suasinvestigações por uma temática em comum: o engajamento e a recusaetnográfica na pesquisa em Antropologia do Direito. Atentando-nos para ocampo de pesquisa empírica, pretendemos tensionar os parâmetros gerais queparecem constituir o ouvir, o olhar e o escrever etnográfico no campo daspesquisas empíricas em direito. Para tanto, partimos da experiência de João Vitor de Freitas Moreira, que discute as inquietações etnográficas junto ao povoindígena Borum do médio rio Doce e de Júlia Silva Vidal, que faz o mesmo emrelação à situação da criminalização de travestis em Belo Horizonte. Os diálogosentre as pesquisas elencadas são profícuos para introduzir pontos cardeais nosdesafios contemporâneos da pesquisa de campo, quais sejam: engajamentocomo consequência e fundamento da construção de confiança em campo, e arecusa em apresentar certos dados etnográficos

Referências

  1. Albert, B. (1997). “Ethnographic Situation” and Ethnic Movements: notes on the post Malinowskian fieldwork. Critique of anthropology, 17(1), 53-65.
  2. Butler, J. (2015). Quadros de guerra: quando a vida é passível de luto? Rio de Janeiro: Civilização Brasileira.
  3. Cardoso de oliveira, R. (1996) Olhar, ouvir e escrever: o trabalho do antropólogo. Revista de Antropologia, São Paulo, 39 (1), 13-37.
  4. Carneiro da Cunha, M. (1992). Política Indigenista no Século XIX. In Carneiro da Cunha, M. (Org.), História dos Índios no Brasil (p. 133-155). São Paulo: Companhia das Letras.
  5. Clifford, J. (1983). On Ethnographic authority. Representations, 2, 118-146.
  6. Clifford, J. & MARCUS, G. (Org.). (1986). Writing Culture: The poetics and politics of Ethnography. Berkeley (CA): University of California Press.
  7. Corrêa, J. (2009). A ordem a se preservar: a gestão dos índios e o reformatório agrícola indígena krenak. 2009. [Dissertação de Mestrado em Antropologia, Museu Nacional, Universidade Federal do Rio de Janeiro].
  8. Das, V. (1995). Critical events: an anthropological perspective on contemporary India. New Delhi: Oxford University Press.
  9. Crapanzano, V. (2005). A cena: lançando sombra sobre o real. Mana, 11(2), 357-383.
  10. Davis, A. (2018). Estarão as prisões obsoletas? Rio de Janeiro: Difel.
  11. Favret-Saada, J. (2005). Ser afetado. Trad. Paula Siqueira. Cadernos de Campo, São Paulo, 13, 155-161.
  12. Geertz, C. (1973). The interpretation of cultures. New York (NY): Basic Books.
  13. Geertz, C. (1988). Works and Lives: The anthropologist as author. Stanford (CA): Stanford University Press.
  14. Geertz, C. (2014). O saber loca: novos ensaios em antropologia interpretativa. (14 ed.). Petrópolis: Editora Vozes.
  15. Gomes, B. (2016). Palavras de Makiãn: Perspectivas sobre linguagem tradicional e nominação entre os Krenal. [Mestrado em Antropologia, Museu Nacional da Universidade Federal do Rio de Janeiro].
  16. Haraway, D. (1988). Situated Knowledges: the science question in Feminism and the privilege of partial perspectives. Feminist Studies, 14(3), 575-599.
  17. Hale, C. R. (2006). Activist Research v. Cultural Critique: indigenous land rights and the contradictions of politically engaged anthropology. Cultural Anthropology, 21(1), 96-120.
  18. Kant de Lima, R. (1997). A antropologia da academia: quando os índios somos nós. (2 ed.). Niterói: EDUFF.
  19. Kirsch, S. (2002). Anthropology and Advocacy: a case study of the Campaign against the Ok Tedi Mine. Critique of Anthropology, 22(2), 175-200.
  20. Kirsch, S. (2010). Experiments in Engaged Anthropology. Collaborative anthropologies, 3, 69-80.
  21. Kirsch, S. (2018). Engaged Anthropology. Oakland (CA): University of California Press.
  22. Kirsch, S. (2014) Mining Capitalism: The relationship between corporations and their critics. Oakland (CA): University of California Press.
  23. Magniani, J. G. (2009). Etnografia como prática e experiência. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 15 (32), 129-156.
  24. Malinowski, B. (1976). Argonautas do Pacífico Ocidental. São Paulo: Abril Cultural.
  25. Mattos, I. M. (2004). Civilização e Revolta: Os Botocudos e a Cataquese na Província de Minas. Bauro: EDUSC.
  26. MCgranahan, C. (2016). Theorizing refusal: an introduction. Cultural Anthropology, 31(3), 319-325.
  27. MCgranaham, C. (2016) Refusal and the gift of citizenship. Cultural Anthropology, 31(3), 334-341.
  28. Moreira, J. V. M. (2020). Watú kuém: os Borum do médio rio Doce, o evento crítico de Mariana e o encontro pragmático com o direito. [Mestrado em Direito, Programa de Pós-graduação em direito da Universidade Federal de Minas Gerais].
  29. Ortner, S. B. (1995). Resistance and the problem of ethnographic refusal. Comparative Studies in Society and History, 37(1), 173-193.
  30. Pascoal, W. V. (2010). Imagens da sociopolítica Borum e suas transformações. 2010. [Dissertação em Antropologia, Departamento de Antrpologia, Universidade de Brasília].
  31. Pascoal, W. V. (2014). Os índios Borum frente os projetos de desenvolvimento no Vale do Rio Doce. In: Encontro Anual da Anpocs, 38., Caxambu. Anais eletrônicos [...]. Caxambu (MG): ANPOCS. Disponível em: https://www.anpocs.com/index.php/encontros/papers/38-encontro-anual-da-anpocs/gt-1/gt31-1. Acesso em: 27 fev. 2019.
  32. Pascoal, W. V. (2017). Os sentidos de luta e a “ressurgência cultural” entre os Krenak. Revista de Estudos e relações interétnicas, 20 (2), , 87-108.
  33. Pascoal, W. V. (2019). Um parente na estante do museu: Etnografia sobre Jorminhot, estátua sagrada dos índios Krenak. [Tese de Doutorado em Antropologia, Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Universidade Federal de Minas Gerais].
  34. Peirano, M. (2014) Etnografia não é método. Horizontes Antropológicos, Porto Alegre, 20(42).
  35. Peirano, M. (1992). A favor da etnografia. Série Antropologia, Brasília.
  36. Petonnet, C. (2008). Observação flutuante: o exemplo de um cemitério parisiense. Antropolítica, Niterói, 25, 99-111.
  37. Ramos, A. (1999). Anthropologist as Political Actor. Journal of Latin American Anthropology, 2(4), 172-189.
  38. Schritzmeyer, A. (2010). Introdução. Revista de antropologia, São Paulo, USP, 53(2).
  39. Silva, H. (1993). Travestis: entre o espelho e a rua. Rio de Janeiro: Rocco.
  40. Telles, V. (2010). A cidade nas fronteiras do legal e do ilegal. Belo Horizonte: Fino traço.
  41. Simpson, A. (2007). On Ethnographic Refusal: indigeneity, “voice” and colonial citizenship. Junctures, 9.
  42. Soares. G. (1992). Os Borum do Watú: Os índiso do rio Doce. Contagem: CEFEDES.
  43. Starn, Orin. (2015). Writing culture and the life of anthropology. Duke University Press.
  44. Stocking Jr., G (Ed.). (1992). Essays on the contextualization of ethnographic knowledge .Madison: University of Wisconsin Press.
  45. Tuck, E. & Wayne Yang, K. (2014a). Unbecoming Claims: Pedagogies of Refusal in Qualitative Research. Qualitative Inquiry, 29(6), 811-818.
  46. Tuck, E. & Wayne Yang, K. (2014b). R-words: refusing research. In: Paris D & Winn, M.T. (Ed.), Humanizing Research: Decolonizing qualitative inquiry with Youth and Communities. SEGE.
  47. Turner, T. (1992). Representing, Resisting, Rethinking: historical transformation of Kayapo culture and anthropological consciousness. In: Stocking Jr., G (Ed.), Essays on the contextualization of ethnographic knowledge (285-313). Madison: University of Wisconsin Press.
  48. Turner, T.; Lima, E. C.; Smijanic, M. I. & Fernandes, R. C. (2008). Uma Antropologia Engajada: entrevista com Terence Turner. Campos, 2(9), 139-157.
  49. Wagner. R. (1989). The invention of Culture. Chicago: University of Chicago Press.

Downloads

Não há dados estatísticos.