Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Dossiê: Caminhos e descaminhos da prevenção à tortura

v. 8 (2021): Revista de Estudos Empíricos em Direito

Do direito à tortura: escalas populacionais e individuais da tortura na socioeducação

DOI
https://doi.org/10.19092/reed.v8.594
Enviado
abril 14, 2021
Publicado
2021-11-16

Resumo

A tortura é uma prática milenar que atravessa continentes. No Brasil, ainda que proibida e criminalizada, segue sendo exercida. Atualmente apresenta uma série de variações que estão em disputa no âmbito conceitual, político e jurídico no país e no mundo. Neste trabalho, a partir de um estudo de caso, faço uma análise das variações da tortura, identificadas a partir de um incêndio ocorrido em uma unidade socioeducativa do Rio de Janeiro, registrado por um órgão de fiscalização dos espaços de privação de liberdade, o Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro.  Observou-se que a arquitetura precária e antiga da unidade, a superlotação e o acesso limitado e inadequado aos serviços de saúde se configuram em práticas de tortura no corpo populacional, e ainda se articulam com práticas de violência individualizada. Tais ações são articuladas e implementadas por diversas instituições, evidenciando que as práticas de tortura são conformadas a partir das relações de poder, fundamentadas nas desigualdades.

Referências

  1. Alvarez, M.; Salla, F. (2006). Apontamentos para uma história das práticas de tortura no Brasil. Revista Brasileira de Ciências Criminais, n. 63, p.277-308.
  2. Asad, T. (2011). Reflexões sobre crueldade e tortura. Revista Pensata, v. 1, n. 1, pp. 160-187.
  3. Asad, T. (1996). On torture, or cruel, inhuman, and degrading treatment. In: Kleinman, A.; Das, V.; Lock, M. (orgs.). Social Suffering. Berkeley: University of California Press, pp. 285-308, 1996.
  4. Cifali, A. C., Chies-Santos, M., & Alvarez, M. C. (2020). Justiça juvenil no Brasil: Continuidades e rupturas. Tempo Social, 32(3), 197-228. https://www.revistas.usp.br/ts/article/view/176331
  5. Cifali, A. C. (2019). As disputas pela definição da justiça juvenile no Brasil: atores, racionalidades e representações sociais. [Tese de Doutorado, torado apresentada ao Programa de Pós Graduação em Ciências Criminais, da Pontíficia UCatólica do Rio Grande do Sul].
  6. Daflon, R. (2016, 7 de dezembro). O Estado devolve meu filho morto. A Pública. https://apublica.org/2016/12/o-estado-devolveu-meu-filho-morto/
  7. Davis, A. (2020). Democracia da abolição: para além do império, das prisões e da tortura. Rio de Janeiro: Difel.
  8. Focault, M. (2014). Vigiar e Punir: o nascimento da prisão. Petrópolis: Vozes.
  9. Godoi, R. (2017). Tortura difusa e continuada. In: MALLART, F & GODOI, R. (orgs), BR 111: a rota das prisões brasileira. São Paulo: Veneta.
  10. Godoi, R. (2017). Fluxos em cadeia: as prisões em São Paiulo na virada dos tempos. Coleção Estado de sítio, Boitempo: São Paulo.
  11. Jesus, M. G. (2010). O crime de tortura e a justiça criminal: um estudo dos processos de tortura na cidade de São Paulo. São Paulo: IBCCrim.
  12. Jesus, M.G.M.; Gomes, M.S.; Magnani, N.C.M.; Ramos, P.R.; Calderoni, V. (2016) Jurisprudência do crime de tortura nos Tribunais de Justiça do Brasil (2005-2010). Revista de Estudos Empíricos em Direito Brazilian Journal of Empirical Legal Studies vol. 3, n. 1, jan 2016, p. 79-97.
  13. Jesus, M. G. M. de; Gomes, M. De S. (2021). Nem tudo é o que parece: A disputa semântica sobre a tortura no sistema de justiça criminal. Dilemas: Revista de Estudos de Conflito e Controle Social, v. 14, p. 361-378. https://revistas.ufrj.br/index.php/dilemas/article/view/34139, 2021
  14. Mallart, F. (2019). Findas linhas: circulações e confinamentos pelos subterrâneos de São Paulo [Tese de Doutorado, Pós-graduação em Sociologia, Universidade de São Paulo]
  15. Martins, L. A. (2017). Entre a pista e a cadeia: Uma etnografia sobre a experiência da internação provisória em uma unidade socioeducativa no Rio de Janeiro. [Dissertação de Mestrado, Programa de Pós-graduação em Sociologia e Direito, Universidade Federal Fluminense]
  16. Mecanismo Estadual de Prevenção e Combate à Tortura do Rio de Janeiro (MEPCT/RJ). (2016) Relatório de acompanhamento do incêndio ocorrido na Escola João Luiz Alves. MEPCT/RJ-ALERJ: Rio de Janeiro.
  17. Pastoral Carcerárial. (2016). Tortura em tempos de encarceramento em massa. ASSAC: São Paulo. https://carceraria.org.br/wp-content/uploads/2017/03/Relatorio-Tortura-2016.pdf
  18. Pires, T. R. de O. (2018). Estruturas intocadas: Racismo e ditadura no Rio de Janeiro. Revista Direito e Práxis, v. 9, n. 2, p. 1054-1079, 2018. https://www.scielo.br/j/rdp/a/DWf3hXwfgJdxQY3CJ8gCgvj/?lang=pt&format=pdf
  19. Ramos, A. (1942). A aculturação negra no Brasil. Série 5ª Brasiliana, vol. 224, Biblioteca pedagógica brasileira, Rio de Janeiro, Editora Companhia Editora Nacional.
  20. Rusche, G.; Kirchheimer, O. (2004). Punição e estrutura social. Rio de Janeiro: Revan.
  21. Souza, T. L. S. (2015) A Era do Grande Encarceramento Tortura e Superlotação Prisional no Rio de Janeiro [Tese de Doutorado, Programa de Pós-graduação em Direito, Pontíficia Universidade Católica do Rio de Janeiro].
  22. Taussig, M. (1993). Xamanismo, colonialismo e o homem selvagem: um estudo sobre o terror e a cura. São Paulo: Paz e Terra.
  23. Vargas, J. (2012). Em busca da ‘verdade real’: tortura e confissão no Brasil ontem e hoje. Sociologia & Antropologia, 2(3).

Downloads

Não há dados estatísticos.