Doutora em Psicologia e Mestra em Direito pela Universidade Federal do Espírito Santo (UFES). Atualmente realiza pós-doutorado em Psicologia (UFES). Pesquisadora do NECRIAD/UFES (Núcleo de Estudos, Pesquisa e Intervenção com Crianças, Adolescentes e Famílias).
Universidade Federal do Espírito Santo (UFES), Programa de Pós-Graduação em Psicologia, Vitória, ES, Brasil
Professora Titular do Departamento de Psicologia Social e do Desenvolvimento e do Programa de Pós-graduação em Psicologia da UFES. Doutora em Psicologia Social pela USP e pós-doutora em Desenvolvimento e Família pela Universidade da Carolina do Norte, EUA.
This article aims to contribute to the specialized legal literature by giving a voice to the victims of intrafamilial emotional violence and understanding their feelings as they recount their life stories from childhood. This investigation involved 12 individuals aged 18 to 38. Data was gathered through narrative interviews and systematized with the help of the IRaMuTeQ software, using descending hierarchical classification, similarity analysis, and word cloud techniques. Feelings such as distress, guilt, sadness, and helplessness permeated these people's histories, who suffered emotional violences such as humiliation, verbal abuse, interparental violence, parental alienation, emotional neglect, emotional abandonment, fatphobia, homophobia, and, in some cases, physical and sexual violence. The complexity of the participants' feelings went through interpersonal relationships among family members, the social reproduction of gender roles in household chores, as well as the lack of protection and social support.
References
Abranches, C. D. de, & Assis, S. G. de. (2011). A (in)visibilidade da violência psicológica na infância e adolescência no contexto familiar. Cadernos de Saúde Pública, 27(5), 843–854. Bandura, A., Ross, D., & Ross, S. A. (1961). Transmission of aggression through imitation of aggressive models. The Journal of Abnormal and Social Psychology, 63(3), 575–582. https://doi.org/10.1037/h0045928
Beristain, A. (2000). Nova Criminologia à luz do Direito Penal e da Vitimologia (C. Furtado Maia Neto, Trans.). Editora Universidade de Brasília.
Burke, A. (2022). Vitimologia: manual da vítima penal (2ª ed.). JusPodvim.
Brasil. (1927). Decreto nº 17.943-a de 12 de outubro de 1927. Consolida as leis de assistência e proteção a menores. Presidência da República.
Brasil. (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Presidência da República
Brasil. (2017). Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Presidência da República.
Brasil. (2006). Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.. Presidência da República
Brasil. (2022). Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022. Cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente, nos termos do § 8º do art. 226 e do § 4º do art. 227 da Constituição Federal e das disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e as Leis nºs 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei de Crimes Hediondos), e 13.431, de 4 de abril de 2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência; e dá outras providências. Presidência da República.
Brito, R. C., & Koller, S. H. (1999). Redes de apoio social e afetivo e desenvolvimento. In A. M. Carvalho (Ed.), O mundo social da criança: natureza e cultura em ação (pp. 115-130). Casa do Psicólogo.
Calheiros, M. M. A. (2006). A construção social do mau trato e negligência parental: do senso comum ao conhecimento científico. Fundação Calouste Gulbenkian.
De Mause, L. (1975). The history of childhood. Harper Torchbooks.
Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas psicol., 21(2), 513-518. https://doi.org/10.9788/TP2013.2-16.
Conselho Federal de Psicologia. (2000). Resolução nº 016/2000, de 20 de dezembro de 2000.
Conselho Nacional de Saúde. (2012). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.
Edwards, K. M., et al. (2014). Family-of-origin violence and college men’s reports of intimate partner violence perpetration in adolescence and young adulthood: The role of maladaptive interpersonal patterns. Psychology of Men & Masculinity, 15(2), 234–240. https://doi.org/10.1037/a0033031.
Finkelhor, D., Ormrod, R. K., & Turner, H. A. (2007). Poly-victimization: A neglected component in child victimization trauma. Child Abuse & Neglect, 31, 7–26. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2006.06.008.
Flick, U. (2008). Uma introdução à pesquisa qualitativa. Bookman.
Gifford, J., & Smith, J. A. (2015). The role of psychology in law: A perspective on interdisciplinary research and practice. In R. F. McCarthy & T. B. Whitaker (Eds.), Handbook of legal and ethical issues in clinical psychology (pp. 12-25). Routledge.
Greenfield, E. A., & Marks, N. F. (2009). Profiles of physical and psychological violence in childhood as a risk factor for poorer adult health: Evidence from the 1995-2005 National Survey of Midlife in the United States. Journal of Aging and Health, 21(7), 943–966. https://doi.org/10.1177/0898264309343905
Hellmann, D. F., et al. (2018). (Why) do victims become perpetrators? Intergenerational transmission of parental violence in a representative German sample. Journal of Family Psychology, 32(2), 282–288. https://doi.org/10.1037/fam0000391
Henriques, C. G. P., Dutra-Thomé, L., & Rosa, E. M. (2022). Violência emocional intrafamiliar contra crianças e adolescentes e suas repercussões: Uma revisão sistemática de literatura. Psico, 53(1), e39085. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2022.1.39085
Keiski, P., et al. (2018). Childhood experiences of female family-violence perpetrators. Perspect Psychiatr Care, 54(2), 251–257. https://doi.org/10.1111/ppc.12231
Kwong, M. J., et al. (2003). The intergenerational transmission of relationship violence. Journal of Family Psychology, 17(3), 288–301. https://doi.org/10.1037/0893-3200.17.3.288
Lírio, J. G. dos S., et al. (2018). Abuso intrafamiliar na infância de homens em processo criminal por violência conjugal. Acta Paulista de Enfermagem, 31(4), 423–429. https://www.scielo.br/j/ape/a/SQLpMp39r53Qcs7RQFD9hBL/
Lange, C., et al. (2016). Psychische und körperliche Gewalterfahrungen in den vergangenen 12 Monaten in der Allgemeinbevölkerung. Bundesgesundheitsblatt - Gesundheitsforschung - Gesundheitsschutz, 59(1), 4–16. https://doi.org/10.1007/s00103-015-2267-6
Mayer, L., & Koller, S. H. (2012). Rede de apoio social e representação mental das relações de apego de crianças vítimas de violência doméstica. In L. F. Habigzang et al. (Eds.), Violência contra crianças e adolescentes: teoria, pesquisa e prática (pp. 21-23). Artmed.
Melançon, C., & Gagné, M.-H. (2011). Father’s and mother’s psychological violence and adolescent behavioral adjustment. Journal of Interpersonal Violence, 26(5), 991–1011. https://doi.org/10.1177/0886260510365863
Neppl, T. K., et al. (2017). Intergenerational continuity of psychological violence: Intimate partner relationships and harsh parenting. Psychology of Violence. https://doi.org/10.1037/vio0000129
Rocha, P. C. X. da, & Moraes, C. L. (2011). Violência familiar contra a criança e perspectivas de intervenção do Programa Saúde da Família: a experiência do PMF/Niterói (RJ, Brasil). Ciência & Saúde Coletiva, 16(7), 3285–3296. https://www.scielo.br/j/csc/a/twkHB6ZckqzV4Dny9NYFKwp/abstract/?lang=pt
Rosa, E. M. (2004). Radiografia de um processo social: um estudo sobre o discurso jurídico a respeito da violência contra crianças. Casa do Psicólogo.
Rosa, E. M., & Lira, M. O. de S. C. (2012). Violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes: Rede de apoio e superação. Journal of Human Growth and Development, 22(2), 246. https://doi.org/10.5935/1678-6859.20120036
Sanchez, R. N., & Minayo, M. C. S. (2006). Violência contra crianças e adolescentes: Questão histórica, social e de saúde. In C. Lima (Ed.), Violência faz mal à saúde (pp. 29-38). Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/violencia_faz_mal.pdf
Shen, A. C.-T., et al. (2016). Who gets protection? A national study of multiple victimization and child protection among Taiwanese children. Journal of Interpersonal Violence. https://doi.org/10.1177/0886260516670885
Thoresen, S., et al. (2015). Violence against children, later victimisation, and mental health: A cross-sectional study of the general Norwegian population. European Journal of Psychotraumatology, 6, 26259. https://doi.org/10.3402/ejpt.v6.26259
Yaghoubi-Doust, M. (2013). Reviewing the association between the history of parental substance abuse and the rate of child abuse. Addiction & Health, 5(3–4), 126–133. https://doi.org/10.5812/ahj.10788