Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 12 (2025): Revista de Estudos Empíricos em Direito

O QUE SENTEM AS VÍTIMAS DE VIOLÊNCIA EMOCIONAL INTRAFAMILIAR? : UM ESTUDO EMPÍRICO INTERDISCIPLINAR EM PSICOLOGIA E DIREITO

DOI
https://doi.org/10.19092/reed.v12.930
Enviado
outubro 21, 2024
Publicado
2025-10-07

Resumo

Este artigo tem por objetivo contribuir para a literatura jurídica especializada ao dar voz às vítimas de violência emocional intrafamiliar, compreendendo seus sentimentos ao contarem suas histórias de vida desde a infância. Participaram desta investigação, 12 pessoas com idades entre 18 e 38 anos. Os dados foram obtidos por meio de entrevistas narrativas e sistematizados com o auxílio do software IRaMuTeQ, a partir da classificação hierárquica descendente, análise de similitude e nuvem de palavras. Sentimentos como angústia, culpa, tristeza e impotência permearam a história dessas pessoas, que sofreram violências como humilhações, xingamentos, violência interparental, alienação parental, abandono afetivo, abandono emocional, negligência, gordofobia, homofobia, além de violência física e sexual em alguns casos. A complexidade dos sentimentos dos participantes passou pelas relações interpessoais entre os familiares, pela reprodução sociais dos papéis da mulher e do homem nos afazeres da casa, bem como pelo desamparo e falta de apoio social.

Referências

  1. Abranches, C. D. de, & Assis, S. G. de. (2011). A (in)visibilidade da violência psicológica na infância e adolescência no contexto familiar. Cadernos de Saúde Pública, 27(5), 843–854. Bandura, A., Ross, D., & Ross, S. A. (1961). Transmission of aggression through imitation of aggressive models. The Journal of Abnormal and Social Psychology, 63(3), 575–582. https://doi.org/10.1037/h0045928
  2. Barros, A. S., & Freitas, M. F. Q. (2015). Violência doméstica contra crianças e adolescentes: consequências e estratégias de prevenção com pais agressores. Pensando fam., 19(2), 102-114. https://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_abstract&pid=S1679-494X2015000200009
  3. Beristain, A. (2000). Nova Criminologia à luz do Direito Penal e da Vitimologia (C. Furtado Maia Neto, Trans.). Editora Universidade de Brasília.
  4. Burke, A. (2022). Vitimologia: manual da vítima penal (2ª ed.). JusPodvim.
  5. Brasil. (1927). Decreto nº 17.943-a de 12 de outubro de 1927. Consolida as leis de assistência e proteção a menores. Presidência da República.
  6. Brasil. (1990). Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Dispõe sobre o Estatuto da Criança e do Adolescente e dá outras providências. Presidência da República
  7. Brasil. (2017). Lei nº 13.431, de 4 de abril de 2017. Estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência e altera a Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990. Presidência da República.
  8. Brasil. (2006). Lei nº 11.340, de 7 de agosto de 2006. Cria mecanismos para coibir a violência doméstica e familiar contra a mulher, nos termos do § 8º do art. 226 da Constituição Federal, da Convenção sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Mulheres e da Convenção Interamericana para Prevenir, Punir e Erradicar a Violência contra a Mulher; dispõe sobre a criação dos Juizados de Violência Doméstica e Familiar contra a Mulher; altera o Código de Processo Penal, o Código Penal e a Lei de Execução Penal; e dá outras providências.. Presidência da República
  9. Brasil. (2022). Lei nº 14.344, de 24 de maio de 2022. Cria mecanismos para a prevenção e o enfrentamento da violência doméstica e familiar contra a criança e o adolescente, nos termos do § 8º do art. 226 e do § 4º do art. 227 da Constituição Federal e das disposições específicas previstas em tratados, convenções ou acordos internacionais de que o Brasil seja parte; altera o Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 1940 (Código Penal), e as Leis nºs 7.210, de 11 de julho de 1984 (Lei de Execução Penal), 8.069, de 13 de julho de 1990 (Estatuto da Criança e do Adolescente), 8.072, de 25 de julho de 1990 (Lei de Crimes Hediondos), e 13.431, de 4 de abril de 2017, que estabelece o sistema de garantia de direitos da criança e do adolescente vítima ou testemunha de violência; e dá outras providências. Presidência da República.
  10. Brito, R. C., & Koller, S. H. (1999). Redes de apoio social e afetivo e desenvolvimento. In A. M. Carvalho (Ed.), O mundo social da criança: natureza e cultura em ação (pp. 115-130). Casa do Psicólogo.
  11. Calheiros, M. M. A. (2006). A construção social do mau trato e negligência parental: do senso comum ao conhecimento científico. Fundação Calouste Gulbenkian.
  12. Costa, T. A. da, et al. (2015). Perfil da violência doméstica contra crianças e adolescentes. Revista de Enfermagem da UFPI, 4(4), 56–62. https://revistas.ufpi.br/index.php/reufpi/article/view/4413.
  13. De Mause, L. (1975). The history of childhood. Harper Torchbooks.
  14. Camargo, B. V., & Justo, A. M. (2013). IRAMUTEQ: um software gratuito para análise de dados textuais. Temas psicol., 21(2), 513-518. https://doi.org/10.9788/TP2013.2-16.
  15. Conselho Federal de Psicologia. (2000). Resolução nº 016/2000, de 20 de dezembro de 2000.
  16. Conselho Nacional de Saúde. (2012). Resolução nº 466, de 12 de dezembro de 2012.
  17. Edwards, K. M., et al. (2014). Family-of-origin violence and college men’s reports of intimate partner violence perpetration in adolescence and young adulthood: The role of maladaptive interpersonal patterns. Psychology of Men & Masculinity, 15(2), 234–240. https://doi.org/10.1037/a0033031.
  18. Finkelhor, D., Ormrod, R. K., & Turner, H. A. (2007). Poly-victimization: A neglected component in child victimization trauma. Child Abuse & Neglect, 31, 7–26. https://doi.org/10.1016/j.chiabu.2006.06.008.
  19. Flick, U. (2008). Uma introdução à pesquisa qualitativa. Bookman.
  20. Gifford, J., & Smith, J. A. (2015). The role of psychology in law: A perspective on interdisciplinary research and practice. In R. F. McCarthy & T. B. Whitaker (Eds.), Handbook of legal and ethical issues in clinical psychology (pp. 12-25). Routledge.
  21. Greenfield, E. A., & Marks, N. F. (2009). Profiles of physical and psychological violence in childhood as a risk factor for poorer adult health: Evidence from the 1995-2005 National Survey of Midlife in the United States. Journal of Aging and Health, 21(7), 943–966. https://doi.org/10.1177/0898264309343905
  22. Hellmann, D. F., et al. (2018). (Why) do victims become perpetrators? Intergenerational transmission of parental violence in a representative German sample. Journal of Family Psychology, 32(2), 282–288. https://doi.org/10.1037/fam0000391
  23. Henriques, C. G. P., Rosa, E. M., & Merçon-Vargas, E. A. (2021). Violência física, emocional e sexual intrafamiliar durante a infância e adolescência entre estudantes universitários. In Múltiples facetas de la violencia en Latinoamérica (pp. 88–114). Edufes. https://repositorio.ufes.br/server/api/core/bitstreams/6e554826-bd2e-40bc-8c9f-32a196b582b6/content
  24. Henriques, C. G. P., Dutra-Thomé, L., & Rosa, E. M. (2022). Violência emocional intrafamiliar contra crianças e adolescentes e suas repercussões: Uma revisão sistemática de literatura. Psico, 53(1), e39085. https://doi.org/10.15448/1980-8623.2022.1.39085
  25. Keiski, P., et al. (2018). Childhood experiences of female family-violence perpetrators. Perspect Psychiatr Care, 54(2), 251–257. https://doi.org/10.1111/ppc.12231
  26. Kwong, M. J., et al. (2003). The intergenerational transmission of relationship violence. Journal of Family Psychology, 17(3), 288–301. https://doi.org/10.1037/0893-3200.17.3.288
  27. Lírio, J. G. dos S., et al. (2018). Abuso intrafamiliar na infância de homens em processo criminal por violência conjugal. Acta Paulista de Enfermagem, 31(4), 423–429. https://www.scielo.br/j/ape/a/SQLpMp39r53Qcs7RQFD9hBL/
  28. Lange, C., et al. (2016). Psychische und körperliche Gewalterfahrungen in den vergangenen 12 Monaten in der Allgemeinbevölkerung. Bundesgesundheitsblatt - Gesundheitsforschung - Gesundheitsschutz, 59(1), 4–16. https://doi.org/10.1007/s00103-015-2267-6
  29. Lourenço, L. M., et al. (2013). Consequences of exposure to domestic violence for children: A systematic review of the literature. Paidéia, 23(55), 263–271. https://www.scielo.br/j/paideia/a/SJtr7wkjQ5JwJS6jjWCzMcC/?lang=en
  30. Minayo, M. C. S. (2001). Violência contra crianças e adolescentes: questão social, questão de saúde. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 1(2), 91-102. https://www.scielo.br/j/rbsmi/a/mQqmmSTBf77s6Jcx8Wntkgg/abstract/?lang=pt
  31. Magalhães, J. R. F. de, et al. (2017). Expressão da violência intrafamiliar: história oral de adolescentes. Texto & Contexto - Enfermagem, 26(4). https://www.scielo.br/j/tce/a/DL5dBTLQVfP6vydHpQdbfcJ/?format=pdf
  32. Mayer, L., & Koller, S. H. (2012). Rede de apoio social e representação mental das relações de apego de crianças vítimas de violência doméstica. In L. F. Habigzang et al. (Eds.), Violência contra crianças e adolescentes: teoria, pesquisa e prática (pp. 21-23). Artmed.
  33. Melançon, C., & Gagné, M.-H. (2011). Father’s and mother’s psychological violence and adolescent behavioral adjustment. Journal of Interpersonal Violence, 26(5), 991–1011. https://doi.org/10.1177/0886260510365863
  34. Neppl, T. K., et al. (2017). Intergenerational continuity of psychological violence: Intimate partner relationships and harsh parenting. Psychology of Violence. https://doi.org/10.1037/vio0000129
  35. Nunes, A. J., & Sales, M. C. V. (2016). Violence against children in Brazilian scenery. Ciência & Saúde Coletiva, 21(3), 871–880. https://www.scielo.br/j/csc/a/hbQG5xjXFgD6qBLw4D95NNg/abstract/?lang=pt
  36. Organização das Nações Unidas. (1985). Resolução nº 40/34, de 29 de novembro de 1985.
  37. Organização das Nações Unidas. (1959). Declaração dos Direitos da Criança, 20 de novembro de 1959.
  38. Penteado Filho, N. S. (2018). Manual Esquemático de Criminologia. Saraiva Educação.
  39. Ribeiro, L. R. P. (2000). Vitimologia. RDP, 7 (abr-maio), 31. https://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RDP_07_30.pdf
  40. Rocha, P. C. X. da, & Moraes, C. L. (2011). Violência familiar contra a criança e perspectivas de intervenção do Programa Saúde da Família: a experiência do PMF/Niterói (RJ, Brasil). Ciência & Saúde Coletiva, 16(7), 3285–3296. https://www.scielo.br/j/csc/a/twkHB6ZckqzV4Dny9NYFKwp/abstract/?lang=pt
  41. Rosa, E. M. (2004). Radiografia de um processo social: um estudo sobre o discurso jurídico a respeito da violência contra crianças. Casa do Psicólogo.
  42. Rosa, E. M., & Lira, M. O. de S. C. (2012). Violência intrafamiliar contra crianças e adolescentes: Rede de apoio e superação. Journal of Human Growth and Development, 22(2), 246. https://doi.org/10.5935/1678-6859.20120036
  43. Sanchez, R. N., & Minayo, M. C. S. (2006). Violência contra crianças e adolescentes: Questão histórica, social e de saúde. In C. Lima (Ed.), Violência faz mal à saúde (pp. 29-38). Ministério da Saúde. https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/violencia_faz_mal.pdf
  44. Shen, A. C.-T., et al. (2016). Who gets protection? A national study of multiple victimization and child protection among Taiwanese children. Journal of Interpersonal Violence. https://doi.org/10.1177/0886260516670885
  45. Silva, P. A. da, et al. (2017). Violencia contra niños y adolescentes: características de los casos reportados en un Centro de Referencia del Sur de Brasil. Enfermería Global, 16(2), 406–418. https://scielo.isciii.es/pdf/eg/v16n46/pt_1695-6141-eg-16-46-00406.pdf
  46. Thoresen, S., et al. (2015). Violence against children, later victimisation, and mental health: A cross-sectional study of the general Norwegian population. European Journal of Psychotraumatology, 6, 26259. https://doi.org/10.3402/ejpt.v6.26259
  47. Yaghoubi-Doust, M. (2013). Reviewing the association between the history of parental substance abuse and the rate of child abuse. Addiction & Health, 5(3–4), 126–133. https://doi.org/10.5812/ahj.10788

Downloads

Não há dados estatísticos.