Ir para o menu de navegação principal Ir para o conteúdo principal Ir para o rodapé

Artigos

v. 4 n. 1 (2017): Revista de Estudos Empíricos em Direito

Ação coletiva e defesa de direitos nas comunidades de fundo e fecho de pasto de Salobro e Jacurutu e oeste da Bahia

DOI
https://doi.org/10.19092/reed.v4i1.200
Enviado
fevereiro 14, 2017
Publicado
2017-02-14

Resumo

O presente artigo analisa o lugar do direito no processo de emergência e organização política das comunidades de fecho e fundo de pasto de Jacurutu e Salobro, no Oeste da Bahia, na luta pela preservação de seus modos de vida frente as ameaças de expropriação e grilagem. Para tanto, utilizou-se como referência a teoria das arenas públicas de Daniel Cefaï e deu-se destaque à forma como os sujeitos organizaram suas experiências de contato com a grilagem; as múltiplas motivações para o engajamento, e a forma como o conflito foi se constituindo como um problema público. O estudo apontou que, por um longo tempo, a resistência das comunidades ao processo de expropriação foi sendo constituída nas relações cotidianas, impulsionada pela noção de respeito aos costumes e tendo como marca o caráter predominantemente local. A partir de 2006, com o apoio da Comissão Pastoral da Terra, do Sindicato de Trabalhadores Rurais e, mais tarde, da Associação de Advogados de Trabalhadores Rurais no Estado da Bahia, as comunidades passaram a se articular e a se inserir em espaços de publicização, organização, denúncia, negociação e reivindicação que foram se constituindo como uma arena pública e configurando o conflito como um problema público. Nesse processo, verificou-se que a noção de defesa dos direitos – seja costumeiro e/ou positivo – assumiu papel fundamental na caracterização do confronto em ambas as fases do conflito, contribuindo tanto para o engajamento dos sujeitos como para o reconhecimento do confronto como um problema público.

Referências

  1. Alcântara, D. M. de (2011). Entre a forma espacial e a racionalidade jurídica: Comunidade de Fundo de Pasto da Fazenda Caldeirãzinho (Uauá-BA). Salvador, UFBA (Dissertação de mestrado em Geografia).
  2. Coordenação de Desenvolvimento Agrário (2010). Ação discriminatória Administrativa Rural: Gleba Jacurutu - Santa Maria da Vitória-BA. Salvador: CDA/SEAGRI.
  3. Cefaï, D. (2009). Como nos mobilizamos? A contribuição de uma abordagem pragmatista para a sociologia da ação coletiva. Trad: Bruno Cardoso. Dilemas, 11-48.
  4. Cefaï, D. (2011). Como uma associação nasce para o público: vínculos locais e arena pública em torno da associação La Bellevilleuse, em Paris. In: D. Cefaï; M. A. da S Mello; F. R. Mota; F. B. Veiga (Org.). Arenas Públicas: por uma etnografia da vida associativa (p. 67-102). Niterói: Editora da UFF.
  5. Cohen, J. L. e Arato, A. (2000). Los movimentos sociales y la sociedad civil. In: Sociedad civil y teoria politica. México: Fondo de Cultura Economica.
  6. Comerford, J. C., Kraychete, G. (1991). A Nova face agrária do Oeste Baiano: diversidade e ambiguidades. Cadernos do CEAS, 132, 30-51.
  7. Germani, G.; Oliveira, G. G. de (2006). Assentamentos rurais no médio São Francisco (Bahia-Brasil): Políticas Públicas, Conflitos e Resistências. In: VII Congresso Latino-americano de Sociologia Rural. Quito.
  8. Martins, J. de S. (1980). Terra de negócio e terra de trabalho: contribuições para o estudo da questão agrária no Brasil. Cadernos do CEAS, 67, 34-44.
  9. Medeiros, L. S. de (2012). Questões fundiárias e mediações jurídicas. In: XXX Congresso da LASA - Latin American Studies Association, 2012, San Francisco. XXX LASA Conference, 1-24.
  10. Mendonça, R. F.; Simões, P. G. (2012). Enquadramento: diferentes operacionalizações analíticas de um conceito. Revista Brasileira de Ciências Sociais, 79 (27), 187-201.
  11. Oliveira, N. (1983). O capitalismo no Oeste Baiano. Cadernos do CEAS, 86, 22-35.
  12. Thompson, E. P. (1998). Costumes em Comum. Estudos sobre a cultura popular tradicional. Rev. Antônio Negro, et al. São Paulo: Companhia das Letras.
  13. Thompson, E. P. (1987). Senhores e caçadores. São Paulo: Cia. das Letras.

Downloads

Não há dados estatísticos.